Como As Mudanças Climáticas Poderão Afetar a Fotossíntese Líquida De
espécies Arbóreas da Floresta Atlântica? Experimentos em Jardins Comum e Utilização da Espécie Myrsine Coriacea Como Modelo

Nome: Jéssica Priscilla Pereira
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Paulo Cezar Cavatte Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Antelmo Ralph Falqueto Examinador Interno
Elias Terra Werner Examinador Interno
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol Suplente Interno
Mário Luís Garbin Suplente Externo
Nelson Facundo Rodríguez López Examinador Externo
Paulo Cezar Cavatte Orientador
Tatiana Tavares Carrijo Examinador Externo

Resumo: Biomas florestais como é o caso da Floresta Atlântica, podem ser seriamente
afetados pelas mudanças climáticas. No entanto, a compreensão de como espécies
dioicas tropicais lidam com diferentes condições ambientais ainda é limitada. A
incapacidade de lidar com condições adversas, pode levar a diminuição no
desempenho (fotossintético e de crescimento) e sucesso reprodutivo, causando
declínios populacionais. O objetivo do trabalho foi estudar como as variações
ambientais, verificadas ao longo de um gradiente de altitude, afetam o a capacidade fotossintética da espécie dioica Myrsine coriacea. Na primeira etapa (Capítulo 1) do estudo, investigamos como os atributos de características secundárias da espécie dióica M. coriacea variam em um gradiente altitudinal. Oitenta plantas (40 machos e 40 fêmeas) foram selecionadas em sete populações naturais. Foram analisadas as características foliare: morfológicas, estomáticas e a composição isotópica de carbono (δ13C) e nitrogênio (δ15N). Plantas fêmeas apresentaram maiores δ13C e δ15N em relação aos machos, resultado associado com a maior capacidade de carboxilação. Plantas de ambos os sexos apresentaram estômatos menores e maior eficiência no uso da água em altitudes mais elevadas, menor δ15N e maiores
relações carbono:nitrogênio em menores altitudes. Características estomáticas e
de venação apresentaram falta de coordenação, que foi compensada pela variação
na área foliar específica. Na segunda etapa (Capítulo 2), determinamos 33
características funcionais relacionadas com o desempenho fotossintético (dez
características foliares, sete características anatômicas e 16 relacionadas com as trocas gasosas e fluorescência da clorofila a) de plantas de M. coriacea
provenientes de quatro altitudes de origem (630, 910, 1.229 e 2.019 m) quando cultivadas em jardim comum situado em alta (HA; 914 m) e baixa altitude (LA; 108 m). Em LA houve mortalidade de todas as plantas provenientes de 2.019 m. A assimilação líquida de CO2 e a respiração no escuro foram maiores em HA em relação a LA, independentemente da altitude de origem. Plantas em LA apresentaram uma maior pressão oxidativa sobre a maquinaria fotossintética (maior relação ETR/Ag) em relação as plantas em HA, independentemente da altitude de origem. Em LA, independentemente da altitude de origem, a fotorrespiração representou aproximadamente 60% da fotossíntese bruta, valor50% superior ao verificado nas plantas em HA. Em HA, plantas provenientes de 2.019 m apresentaram adaptação local em características foliares (menor área foliar específica e tamanho dos estômatos; maior densidade de tricomas) que foram relacionadas com menor transpiração e capacidade fotossintética. Concluímos que, com o aumento de temperatura em decorrência das mudanças climáticas, plantas em maiores altitudes apresentarão menor capacidade adaptativa, enquanto plantas
de baixa/média altitude, responderão com modificações morfológicas para evitar o déficit hídrico, contudo, as modificações poderão limitar a capacidade fotossintética e aumentar a possibilidade de ocorrência de estresse oxidativo.

Palavras-chave: Altitude • aquecimento global • eficiência no uso da água •
fotoinibição • fotossíntese • plasticidade fenotípica

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