Efeitos toxicogenéticos, bioquímicos e fisiológicos dos fungicidas azoxistrobina e carbendazim em bioensaios vegetais
Nome: Kalia Dável Grecco
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/02/2020
Orientador:
Nome | Papel |
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Silvia Tamie Matsumoto | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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IAN DRUMOND DUARTE | Examinador Externo |
Maria do Carmo Pimentel Batitucci | Examinador Interno |
Silvia Tamie Matsumoto | Orientador |
Milene Miranda Praça Fontes | Suplente Externo |
Camilla Rozindo Dias Milanez | Suplente Interno |
Resumo: Os fungicidas são agrotóxicos frequentemente empregados na agricultura, em
virtude de sua ação de combate à doenças fúngicas. No entanto, a ampla aplicação de agrotóxicos em todo o mundo aumenta a preocupação ambiental e de saúde pública, já que estes compostos são tóxicos e podem representar riscos para os ecossistemas e a saúde humana. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial fitotóxico, citogenotóxico, bioquímico e fisiológico dos fungicidas azoxistrobina (AZO) e carbendazim (CARB) em Lactuca sativa L. e Phaseolus vulgaris L. A fitotoxicidade foi avaliada por meio de análises de germinação e crescimento radicular, a citogenotoxicidade por meio de análises do ciclo celular e de alterações cromossômicas e nucleares de L. sativa; os efeitos bioquímicos por meio da análise da atividade das enzimas antioxidantes catalase, peroxidase do ascorbato e superóxido dismutase, e da quantificação de glutationa reduzida em L. sativa; e os efeitos fisiológicos por meio da análise do teor de clorofila e da fluorescência da clorofila a em P. vulgaris. Foram utilizadas seis concentrações de cada fungicida, com base na concentração recomendada pelo fabricante, duas concentrações acima, e três concentrações abaixo do recomendado, sendo, para o AZO: C1: 0,56; C2: 0,28; C3: 0,14; C4: 0,07; C5: 0,035; C6: 0,0175 g/L, e para o CARB: C1: 2,0; C2: 1,0; C3: 0,5; C4: 0,25; C5: 0,125; C6: 0,0625 mL/L. Como controle positivo foi utilizado a trifluralina (0,84 g/L) e como controle negativo, água
destilada. As médias foram submetidas à análise de variância e comparadas pelos testes de Tukey e Kruskal Wallis (p<0.05). Os resultados demonstraram que as concentrações C1; C2; C3; C4 do AZO e C1; C2 do CARB reduziram o crescimento radicular; C1; C2 do AZO e C1; C2; C3 do CARB alteraram o índice mitótico; e a concentração C1 de ambos fungicidas apresentou aumento da frequência de alterações cromossômicas em L. sativa. Ambos fungicidas induziram a formação de alterações cromossômicas como pontes cromossômicas e aderências cromossômicas, sendo que o carbendazim também induziu perdas cromossômicas, nas maiores concentrações testadas. A análise do estresse oxidativo em L. sativa demonstrou que a enzima catalase apresentou aumento nas concentrações C1; C2; C3; C4 para o AZO, e C1, C2; C3 para o CARB; a peroxidase do ascorbato apresentou aumento em C1 para o AZO e em C1; C2 para o CARB; e a superóxido dismutase apresentou aumento em C1; C2; C3 para ambos fungicidas, enquanto a quantificação da glutationa reduzida apresentou diferença significativa em todas as concentrações do CARB e nas C1, C2, C3, C4; C5 do AZO. Além disso, as concentrações C2, C3 e C4 dos fungicidas afetaram a absorção de energia pelos fotossistemas II de P. vulgaris. Diante dos testes realizados observou-se que os fungicidas AZO e CARB foram citotóxicos por diminuir o crescimento radicular e o índice mitótico, citogenotóxicos por aumentar a ocorrência de alterações cromossômicas, alteraram a atividade enzimática e a absorção de energia das
plantas utilizadas como sistema-teste.