Relação do clima com a alocação de carbono estrutural e não estrutural em espécies arbóreas de florestas tropicais.

Nome: Bernardo Pretti Becacici Macieira
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 13/09/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol Orientador
Marcos Silveira Buckeridge Co-orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Camilla Rozindo Dias Milanez Examinador Interno
Elias Terra Werner Examinador Interno
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol Orientador
Gloria Maria de Farias Viégas Aquije Suplente Externo
José Eduardo Macedo Pezzopane Examinador Externo
Marcelo Schramm Mielke Examinador Externo
Marcos Silveira Buckeridge Coorientador
Paulo Cezar Cavatte Suplente Interno

Resumo: As florestas tropicais desempenham um papel crucial no ciclo global do carbono e
do clima. Estas florestas cobrem 10 % da superfície terrestre e correspondem a 25
% do carbono terrestre global estocados na forma de reservatórios de carbono
estrutural (CE) e não estrutural (CNE). Os CE representam 42 – 61 % da massa
seca das arbóreas tropicais enquanto os reservatórios de CNE, 25 – 35 %. Daí a
importância da investigação da dinâmica de alocação do CE (celulose,
hemiceluloses e lignina) e CNE (açúcares solúveis e amido) em espécies arbóreas
tropicais, particularmente frente às variações do clima, bem como a relação de
água e carbono em uma visão sistêmica. O objetivo do presente estudo foi avaliar
como as variações do clima a curto prazo modulam a dinâmica de alocação do CE
e CNE em arbóreas tropicais pioneira (Senna multijuga) e não pioneira
(Hymenaea aurea) da floresta Atlântica (Capítulo 1). Outro objetivo foi fornecer
uma visão sistêmica da relação hídrica com a alocação de carbono em diferentes
populações da arbórea Neotropical Hymenaea courbaril distribuídas em um
gradiente de continentalização e de microclima (Capítulo 2). Os resultados
mostraram que os CE e CNE de folhas e caule de S. multijuga e H. aurea foram
influenciados pelas variações do clima, com tendências de maiores valores no
inverno. Nessa estação do ano de menor temperatura e precipitação, observou-se
maiores teores de açúcares solúveis (glicose, frutose e sacarose), hemiceluloses e
seus monômeros galactose e glucose em S. multijuga. Nessa mesma estação do
ano, H. aurea mostrou maiores teores de amido foliar e caulinar e de
hemiceluloses de folha, incluindo seu monômero arabinose. O único carboidrato
que aumentou no verão foi a celulose foliar de H. aurea. No geral, a espécie
pioneira apresentou maiores teores de CNE em ambos os órgãos fonte e dreno,
enquanto a não pioneira exibiu teores mais elevados de CE. A avaliação sistêmica
das populações de H. courbaril revelou que alterações fisiológicas das folhas
parecem não ter relação com as taxas de crescimento volumétrico, mas sim com a
densidade da madeira. Isso sugere que as árvores provavelmente investirão na
adição de CE em um volume semelhante de madeira. Outro resultado inédito
mostra que as árvores ajustam com precisão as concentrações de alguns
monossacarídeos de parede celular, mais especificamente a xilose e a manose.
Estas mudanças na composição da parede celular também foram associadas às
alterações na alocação de CNE, provavelmente relacionadas à resiliência das
árvores. Concluímos que as variações do clima a curto prazo influenciaram os
teores e composição dos CE e CNE das espécies pioneira e não pioneira,
aumentando o tamanho desses reservatórios de carbono no inverno. A visão
sistêmica do equilíbrio entre a alocação de carbono e a hidráulica da árvore
indicou que mudanças na fisiologia ao nível foliar, incluindo a assimilação e a
condutância estomática, é uma característica central na coordenação entre a
alocação de carbono e o transporte de água nas árvores, com implicações
importantes para a resiliência das árvores às mudanças do clima.
Palavras-chave: Açúcares solúveis • amido • celulose • floresta Atlântica •
hemiceluloses • monossacarídeos de parede celular •

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