Efeitos da radiação e da temperatura em cinco acessos de pinhão manso (Jatropha curcas L.): crescimento, fluorescência da clorofila a e floração.

Nome: XISMENIA SOARES DA SILVA GASPARINI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 26/02/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Diolina Moura Silva Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Antelmo Ralph Falqueto Examinador Interno
Diolina Moura Silva Orientador
MARCOS ANTONIO BACARIN Examinador Externo

Resumo: RESUMO

Jatropha curcas é uma planta promissora para produção de óleo utilizado como biocombustível. Atualmente, diversos estudos estão direcionados para o melhor entendimento da tolerância dessa espécie frente às mudanças climáticas. Tendo sido retratada como uma planta tolerante à alta radiação, temperatura e melhor produtividade quando em ambientes ricos em CO2. O presente trabalho teve por objetivo analisar o comportamento ecofisiológico de plantas de cinco acessos de pinhão manso, obtidas por estaquia, cultivadas sob diferentes condições de radiação e temperatura. Três acessos (aqui denominados de NEF 01, NEF 04 e NEF 05) foram obtidos na Área Experimental da Empresa NOVABRA Bioenergia situada em São Gabriel da Palha, região norte do estado do Espirito Santo e dois acessos, identificados como NEF 06 e NEF 08, são híbridos resultantes de melhoramento genético da Embrapa Bioenergia, propagados por semente e encontram-se cultivados no Campo Experimental do IFES - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Campus de Santa Teresa, ES). Em um primeiro experimento, os efeitos da variação diária da alta radiação e alta temperatura foram analisados usando-se a fluorescência transiente da clorofila a. Em um segundo experimento, as plantas dos cinco acessos estiveram expostas, durante duas semanas, a duas condições de Radiação Fotossinteticamente Ativa (100% e 20% de RFA) e seus efeitos foram analisados usando-se parâmetros do crescimento, da fluorescência transiente da clorofila a e da fenologia reprodutiva. Os resultados obtidos mostraram que as plantas dos acesos NEF 01 e NEF 05 foram as mais sensíveis às variações diárias de RFA e temperatura apresentando sintomas de uma fotoinibição crônica. Houve baixa eficiência na captura e transporte de elétrons para além da Quinona A (QA), provocado, principalmente, pela inativação do centro de evolução do O2 (CEO) e desconectividade das subunidades do FSII (banda K e L positivas, respectivamente). Um aumento na fluorescência inicial (F0), no tempo máximo para atingir a fluorescência máxima (Tfmax), e no fluxo de energia dissipada por RC ativo (DI0/RC), seguido de uma redução da fluorescência máxima (Fm) foram observados à medida que a radiação e temperatura aumentavam ao longo do dia. O fotossistema II (FSII) exibiu menor rendimento fotoquímico (φP0) e o FSI também sofreu danos. Houve queda na eficiência com que um elétron pode se mover desde os aceptores de elétrons do intersistema até os aceptores finais do FSI (δR0) e no rendimento quântico de redução dos aceptores finais de elétrons do FSI por fótons absorvidos (φR0). Assim, o índice de desempenho total (PItotal) das plantas desses dois acessos foi pequeno e não foi observada recuperação ao final da tarde. Quando submetido a 20% de radiação fotossinteticamente ativa (RFA), NEF01 apresentou maior crescimento do broto, maior expansão foliar e maiores teores de pigmentos fotossintéticos, contudo o PItotal foi menor entre os acessos avaliados. As plantas dos acessos NEF 04 e NEF 08 também apresentaram diminuição nos parâmetros indicativos de danos no FSII e FSI, porém apresentaram uma tendência à recuperação fotossintética ao final da tarde, fato que remete a uma fotoinibição dinâmica. Quando submetidas a 20% de RFA, observou-se que todas as plantas permaneceram no estádio vegetativo, não sendo registrada iniciação floral em nenhuma planta dos cinco acessos. As plantas dos acessos NEF 04 e NEF 08 apresentaram o maior índice de desempenho fotoquímico total (PItotal) em ambas as condições de luz, porém NEF 08 não apresentou formação de flores femininas. As plantas do acesso NEF 06 foram as que mostraram o melhor desempenho fotoquímico tanto ao longo do dia quanto durante a exposição a duas condições de RFA. Não houve inibição do CEO, nem do FSII. Por consequência, foi o acesso com maior produtividade quando sob condição de pleno sol. Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que as plantas dos acessos NEF 01 e NEF 05 foram as mais sensíveis às altas temperaturas e à alta radiação, enquanto que as plantas do acesso NEF 06 seriam mais recomendáveis para o cultivo em regiões com alta radiação e temperatura visto que, apresentaram mecanismos capazes de tolerar as variações climáticas mostrando maior tolerância fotoquímica e maior produção de frutos.

Palavras-chave: Pinhão manso, fluorescência da clorofila a, estresse, fotoinibição, floração.

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