Efeitos da salinidade no acúmulo de metais pesados e nas características anatômicas, fisiológicas e bioquímicas em plantas do manguezal

Nome: Caroline Quenupe Campos
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/05/2018
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
Camilla Rozindo Dias Milanez Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
Camilla Rozindo Dias Milanez Orientador
Geisamanda Pedrini Brandão Athayde Suplente Externo
Geraldo Rogério Faustini Cuzzuol Suplente Interno
Gloria Maria de Farias Viégas Aquije Examinador Externo
Silvia Tamie Matsumoto Examinador Interno

Resumo: RESUMO
Os manguezais são ecossistemas costeiros frequentemente expostos à
poluição por metais pesados, os quais se acumulam em teores elevados no
sedimento. Sabe-se que a biodisponibilidade e toxicidade desses metais no
sedimento é alterada pela salinidade, pH, teor de matéria orgânica, entre
outros fatores. De acordo com o relatório do Intergovernmental Panel on
Climate Change (IPCC) espera-se uma diminuição da precipitação e,
consequentemente, um aumento da salinidade nas regiões tropicais. Apesar
da relevância do tema, há um vasto campo a ser conhecido sobre os
mecanismos morfológicos, anatômicos, fisiológicos e bioquímicos das
espécies de manguezal no acúmulo de metais, sob diferentes condições
ambientais. Nas plantas, o acúmulo de metais em seus tecidos é
determinado pela biodisponibilidade destes elementos no sedimento e pela
eficiência da planta em absorver e translocar os metais na raiz e nos tecidos
vasculares. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar
os efeitos de diferentes níveis de salinidade no acúmulo de cromo, arsênio,
mercúrio e chumbo e nas características anatômicas, fisiológicas e
bioquímicas de Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. e Rhizophora mangle L.
Para tanto, propágulos de L. racemosa e R. mangle foram cultivados durante
16 meses, em casa de vegetação e, após o cultivo, as plantas foram
expostas a três concentrações distintas de NaCl (3, 7 e 11 g L
-1
) com adição
de 28 µg L
-1 de Cr2O7
, 2 µg L
-1 de As2O3
, 10 µg L
-1 de HgCl2 e 10 µg L
-1 de
PbCl2 na solução de Hoagland e Arnon (1950). Os dados foram submetidos
ao teste de Tukey, com 5% de significância, à análise fatorial multivariada
(FA), à análise discriminante linear e ao teste de correlação de Spearman.
Foram realizadas as seguintes análises: quantificação do teor de cromo,
arsênio, mercúrio e chumbo em folhas, caules e raízes; determinação do
fator de translocação; anatomia foliar; trocas gasosas e atividade das
enzimas APX, CAT e SOD. Os resultados mostraram que R. mangle sofre
maior influência da salinidade em suas características do que L. racemosa,
com correlação negativa entre a salinidade e a atividade da CAT, a
concentração de As no caule, e o fator de translocação de As (caule/raiz).
Houve também correlação positiva entre a salinidade e o fator de
translocação de Hg (parte aérea/raiz). Por outro lado, L. racemosa
mostrou-se mais sensível às concentrações de metais pesados, sobretudo, a
presença do cromo, arsênio e mercúrio na raiz. Esses metais influenciaram
de forma positiva a densidade e condutância estomática e a área do feixe
vascular da nervura central. Os resultados também indicam que, sob uma
condição mais salina, há maior absorção de Cr, Pb, As e Hg, em L.
racemosa. Enquanto, maiores concentrações de Cr e Hg são observadas em
R. mangle sob menor salinidade. Os resultados evidenciam que L. racemosa
e R. mangle apresentam respostas anatômicas, fisiológicas e bioquímicas
distintas quanto aos diferentes níveis de salinidade analisados, bem como,
quanto à bioacumulação de Cr, Pb, As e Hg.
palavras-chave: bioacumulação, estresse, L. racemosa, mudanças
climáticas, R. mangle.

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